Senecio, 1922.
Monumento num país fértil, 1929.
Design in nature, 1947.
Paul Klee (1879-1940) foi um pintor suíço que trafegou pelo cubismo, expressionismo, futurismo, abstracionismo e primitivismo. Entretanto, sua obra possui um poder de evolução gradual que atinge uma maturidade artística e pessoal dentro deste processo de auto-reconhecimento. Klee não adere totalmente ao abstracionismo de Kadinsky que renega a figura. Ao contrário, a forma, o figurativismo é uma marca importante do seu trabalho que alcança uma inventividade única dentro do cenário mundial da pintura.
Sendo um grande desenhista, não é de se estranhar sua paixão pelas formas. Porém, em outro sentido, diferentemente dos impressionistas que queriam demonstrar o movimento da luz, sua fugacidade e impermanência, muitas vezes vemos um Klee preocupado em dominar e aprisionar a luz em seus quadros. A forma, então, surge como a base deste processo de reter e enclausurar a luz.
Sua pintura recende aos seus mais diversos métodos e suas técnicas sempre inovadoras. Cada vez mais a pintura se mostra também através de seu processo de composição. Klee lançava mão das mais variadas possibilidades. Primeiro, os materiais: tinta a óleo, tinta preta, aquarela, rascunhos, verniz, papéis de parede, jornais, etc. Segundo, as técnicas: uso de spray, recortes de faca, mistura de tinta a óleo com aquarela e tinta indiana, etc.
Seus quadros possuem uma gama de cores tão diversificadas que pululam do mais simples quadro monocromático a uma profusão quase confusa de cores. Além do mais, as diversas influências do artista se encontravam nos momentos menos esperados, causando uma combinação extremamente inovadora, capaz de causar reconhecimento e estranheza ao mesmo tempo.
Riqueza de estilos, uma assombrosa modernidade, um gosto refinado e bem elaborado são algumas das grandes virtudes de Klee. Um pintor que, para ter sua obra conquistada, necessita de um despojamento sincero de seu interlocutor. Parafraseando Eggonópoulos: para poucos.
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