Vista de Winterswijk, 1988-9.
Noite de verão, 1906.
Composição, 1921.
Piet Mondrian (1872-1944) foi um pintor modernista holandês. Mondrian é um exemplo muito claro de um pintor que trafega do naturalismo para conquistas pessoais na pintura. O impressionismo e o pós-impresionismo, assim como a fase inicial do cubismo de Braque e Picasso, o influenciariam, mas não permitiriam, ao mesmo tempo, que ele atingisse sua voz própria.
É conhecido o envolvimento de Mondrian com a teosofia de Blavatsky e a carga simbolista que este encontro gerou em sua pintura. Entretanto, o mais importante deste encontro para sua pintura foi a capacidade de abstração que Mondrian adquiriu. É nesta fase de ruptura que o pintor envereda pelo neoplasticismo, movimento que busca atingir a limpeza total da pintura, buscando aquilo que é essencial.
O neoplasticismo advogava em favor do aspecto artificial da arte, ou seja, ela é, antes de tudo, uma produção humana. Daí, na pintura, o uso exagerado das cores primárias e do branco e do preto, ausentes na Natureza, já que são, respectivamente, presença total e ausência total de luz.
A revista De Stijl era o arauto da filosofia neoplástica que combinava elementos de religião (a teosofia) e concepções da pintura (o cubismo, por exemplo). Para Mondrian, a arte não figurativa deveria fornecer as pistas de uma evolução espiritual, já que aqui teríamos estruturas universais que iriam além do Id freudiano – aproximando-se dos ceonceitos de episteme em Foucoult e estruturas inconscientes em Lévi-Straus.
Por fim, vale ressaltar que Mondrian, na sua fase madura, acentua a imobilidade. Nenhum outro pintor conseguiu retratar de modo tão convincente a inércia, polaridade natural do movimento. Esta inércia, de fato, traduz a busca de Mondrian pela coisa em si (Das Ding an sich) de Schopenhauer e Kant. Diferentemente dos filósofos citados, Mondrian acreditava que a coisa em si era alcançável através de um processo de purificação, atingindo, na pintura, a mais perfeita harmonia e equilíbrio.
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